Não teve os cuidados que merecia a grande estrela do Funk, MC Sapão que morreu num hospital do SUS, sem plano de saúde. Esse é o retrato de milhões de brasileiros que padecem ou esperam por atendimento. A morte apenas ilustrou o cenário.
Pobres que são apenas robôs e números contribuem positivamente para manter o sistema funcionando por isso os hospitais estão abandonados. Seu público segue o caminho básico de nascer, crescer, trabalhar, ouvir funk, se reproduzir e morrer.
O Funk carioca que se tornou música de festas e danceterias desde o começo da década passada, é propagado por baderneiros de boné sentados no fundo do ônibus, com um celular talvez roubado no colo e sem fones de ouvido.
As festas financiam o tráfico de drogas, são os bastidores. Crianças são recrutadas a fazerem parte de um exército onde o crime é o serviço. A realidade é assombrosa, a violência e a cadeia que imperam nesse som.
Já, o sofrimento de quem nasce influenciado por bandidos sem nada e encontra-se indo para o crime. De repente descobre na música um refúgio e consegue um lugar no pôr-do-sol. Descanse em paz, Jefferson.